21/04/2025

A derrota das canas




Cortaram as canas no baldio das minhas traseiras. E com elas, as urtigas, as malvas e as papoilas.

Não tardam e voltaram a crescer, porém. Os pombos varrem agora esse campo de batalha entre a Terra e os homens. 

Todos os anos por decisão camarária, a natureza perde. Mas cá no fundo sei, sabemos, que se trata apenas de uma escaramuça, reminiscências de eleitores que ainda confundem a espontaneidade da vida com desordem ou sujidade.

Mas cá no fundo, sei, sabemos, que os tigres e as gazelas passearão tranquilas nos jardins de Versalhes. 

Amadora, 20 de Abril de 2025

2 comentários:

carlos perrotti disse...

...Y mañana, según el progreso deteriore, a nosotros también nos echará de menos el paisaje... y seremos apenas un interrogante.
Abrazo hasta vos, Poeta. Me encantó,

manuela barroso disse...

Amanhã nem canas nos espelhos de água nem papoilas. Tudo voará com os pássaros .
Um beijo