Imagino a minha expressão facial
enquanto como os flocos da manhã.
Vejo a de um orangotango: olhos pequenos e semicerrados,
como quem tenta ver qualquer coisa invisível.
Os dedos sobem depois distraídos até à boca.
Parecem dedos de outro corpo
com o desejo em tocar no buraco das palavras,
em verificar a espessura poliglota dos lábios.
Somos símios com palavras.
Ainda não podemos ser mais.
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