29/10/2024

A impossibilidade existencial do passado



O tempo marca-nos. Não há como fugir dessas impressões que nos alteraram a consciência. Voltar a atrás, não existe do ponto de vista ontológico, porque, entretanto, tudo já mudou: tu, os outros e o espaço onde tudo antes se passava. A nostalgia é esse sentimento: a tristeza de já não puderes estar lá outra vez; a obliteração de um momento da tua vida para todo o sempre.

A partir de agora apenas podes imaginar, recordar. Mas a recordação é uma síntese ficcionada do passado, o resto do almoço que guardaste no frigorífico para depois.

Se quiseres saboreá-lo de novo terás apenas uma versão requentada, sem paladar, nem aquele brilho do novo, do inesperado.

3 comentários:

carlos perrotti disse...

Me deleitó y fascinó tu texto... Cierto, es eterno el ayer que no se cansa de volver reversionándose siempre nuevo cada vez...
Abrazo, grande Poeta!! (la coma está bien puesta)

Vivir y dejar Vivir...Liz disse...

Querido amigo, un placer leerte.
El pasado fue y cuando lo recordamos le vamos agregando ingredientes para verlo mejor y mejor sabor, no siempre es así.
Abrazos y te dejo un beso que tengas un feliz día

Graça Pires disse...

O tempo passa e vamos alinhando contra os muros os sonhos que nos morrem no peito.
O seu texto filosófico e cheio de motivos de reflexão deixa-me a pensar.
Desejo que esteja bem.
Uma boa semana.
Um beijo