O rio corre
com ou sem ti,
gota de água impermanente,
molécula cabisbaixa,
seguindo em frente,
por dever a um deus que desconhece,
mesmo sabendo
que no limite da viagem, informe,
se multiplica ou divide,
pela onda anónima
que varre a praia
insensível e ocidental sem o querer.
Amadora, 13 de julho de 2024
Post Scriptum. A vida está sempre a mudar: a transferência de escola, a doença da minha mãe. Faz-nos sentir pequenos e completamente determinados por uma vontade ininteligível e cíclica que nos ignora, felizmente. Escrevi isto, porque precisamos sempre de falar com alguém, não é? E as folhas em branco são gente tão disponível para nos ouvir.
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