14/01/2024

Formas particulares de ausência

A casa em silêncio ressoa pela manhã 
a lide noturna dos teus antepassados

E tu, sentado, pensas e escreves, agora
na esperança dos veres descer
das molduras empalhadas
para te perdoar tão-só 
a breve alegria que sentiste há dias 

Temo que ela cresça apenas proporcional 
à contagem decrescente do vosso reencontro, afinal

Talvez o tempo seja uma maré que vai e vem, 
eterno retorno deixando restos de espuma
na areia molhada da praia de Algés 

1 comentário:

Graça Pires disse...

Reconheço o sentido de tudo o que nos fica pegado à pele em cada ausência: a herança perene de um lamento e uma longa sombra a sangrar pelas casas onde os retratos antigos quase que nos falam.
Achei interessante referir a praia de Algés onde, em tempos antigos me divertia.
Desejo que esteja bem.
Uma boa semana.
Um abraço.