09/01/2024

Os jardins da Gulbenkian

Aqui não há resto do mundo:
símbolo e significante são a mesma coisa.
Quando chamas o pato,
não chamas um pato 
nem as árvores têm espécie, 
nem as rãs invocam fábulas infantis.
E mesmo os jardineiros 
são faunos azuis, 
mesmo que nada conheças de mitologia grega.

É tão de difícil falar das coisas
quando ainda não têm nome.


Nota: o poema foi escrito com este panorama, com o poeta sentado no anfiteatro do jardim da Gulbenkian. 

1 comentário:

Olinda Melo disse...

O poeta entranha-se no seu íntimo e envolve-se
em sensações e eu, pobre mortal, aqui, a tentar
ver e desvendar os mistérios desse recanto que
pensava conhecer. Exercício inglório. Nem faunos
nem sátiros vêm meu auxílio.
Um abraço
Olinda