23/07/2022

Natação

Os olhos ardem-me,

quando afloram o limiar verde das coisas,

as abelhas, a película corretíssima dos teus.


Perdoa-me, amor,

se deixar fugir o prazo

para reclamar o espólio herdado

e requerido em papel selado

na conservatória de qualquer registo predial.


Aqui, onde te escrevo,

não há princípios nem fins

e até o tráfego estagnou

retratando-se temporariamente

na superfície morta do lago municipal.


(Poema escrito no início da década 90)

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