A noite será antes de tudo os passos que darei:
trinta e um, entre o sofá e a cama,
trilho bíblico no deserto da casa,
duna assumida pela poeira que por aqui paira,
duna assassina de um filme mal feito,
mas que serve enfim os desígnios da sala,
do ferrolho da porta
que há entre mim e os mortos
a quem esqueci de dar uma última palavra.
A noite são dois comprimidos
– azul e rosa –
posologia barata para a travessia do nada.
E assim descanso outra vez
como se fosse a criança cansada.
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