Passam pelos Aloendros
lilases e verdes
sem lhes dispensar
a chispa de um olhar.
Nem grandes, nem pequenos
têm a altura da gente
que ao passar por eles
não os cheira, nem os sente.
Ali ficam, entregando
as flores às abelhas,
a sombra às lagartixas,
entre o feno, as papoilas,
as urtigas secas,
um ou outro plástico esquecido
como um verso que se extraviou
do soneto.
Eu entendo: são gratuitos,
o seu deleite não ordena
nem classifica quem por lá passa.
Bom dia, Aloendros.
Vinde a mim,
mendigos-belos,
estrelas caídas,
reerguidas na terra
para a terra somente.
1 comentário:
A sorte dos Aloendros, não serem como os humanos, (portugueses) porventura já teriam emigrado, procurando outro povo que lhes agradeça a sua presença...
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