Mad Men é uma série televisiva norte-americana de qualidade arrebatadora. Um género de ficção possível, mas impossível para o comum dos mortais. Há na indole de Don Draper (Jon Hamm), o protagonista da série, uma loucura saudável que nos faz inveja. Imaginamos que uma atitude nossa seria suficiente para inverter a nossa inerte realidade pessoal. Don surpreende-nos ao inventar e realizar esses actos inesperados (mas humanos e geniais). E nós surpreenderíamos Don (ou talvez não), se ele fosse real e nos olhasse de cima como um deus, por razões exactamente inversas.
Como escreveu Jean-Paul Sartre : “Estamos condenados à liberdade. “. Porém o livre arbítrio atrapalha-nos e ficamos com medo de existir. Don Draper ultrapassa este obstáculo ainda que seja apenas num guião, numa mitologia moderna - que ao contrário das tragédias gregas até acaba bem e tem várias temporadas.
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