29/08/2025

Sozinho na aldeia

Estou sozinho na escola da aldeia
e os figos ardem de calor.
As perdizes passam-me silenciosas, lado a lado,
e eu também passo,
mas apenas pelo seu chão sagrado.
O sino toca a ave maria do meio-dia.
Ao contrário dos últimos versos da Tabacaria,
o universo não se recompõe no sorriso do dono da loja.
Primeiro encolhe-se, expande-se depois,
e assim o faz repetidamente,
como se o infinito tentasse respirar por aqui.

1 comentário:

carlos perrotti disse...

De la nostalgia respiramos ese aire que nos permite crear...
Todo el poema, sí, pero más tus últimos versos.
Abrazo hasta vos, Poeta (notablemente estuve leyendo Tabaquería anoche)