14/06/2025

Rio invisível



Há por aqui um rio que corre
encanado e atónito, mas corre.

Deus olha por mim e para mim,
nas minhas costas.

Viro-me de súbito
e surpreendo-lhe a omnipresença.

Tem o rosto e as vestes de Jesus.
Depois desaparece.

Podia ser uma alucinação, podia.

Mas também o rio corre por aqui
sem o vermos.

Dizem que nasce atrás
e desagua adiante

mas nunca lá fomos ver.

Está escrito que molhou outrora os pés
a quem por aqui passava.

E isso nos basta para acreditarmos.

Porque haveria de ser diferente com Ele?

2 comentários:

carlos perrotti disse...

Desde el fondo del los tiempos y hacia su reanudación...
Abrazo hasta vos, Poeta!!

Graça Pires disse...

Que as nossas mãos sejam margens de rios intensos, ainda que invisíveis, que pareçam uma alucinação mas que tragam a verdade revelada.
Uma boa semana, meu Amigo Luís.
Um beijo.