14/05/2025

Ética para um mortal, seguido de uma vaga hipótese de transcendência

Não esperes pela demora.
Faz tudo, em todo o lugar,
a qualquer hora.
O futuro a Deus pertence.
O passado é a morte,
entretanto resgatada aos dias
que te creditaram na conta à ordem.

Tens a folga do grão de areia
a cair dentro da ampulheta,
essa mesma que ninguém virará no fim.
No limite da esperança,
dar-te-ão uma nova,
com todos os grãos do universo.

Mas ficarás nesse tempo para sempre,
sem a urgência da vida,
sem o visco da luta.
Terás apenas de contar o infinito
e abraçar os vindouros acabados de chegar,
ou vice-versa.

1 comentário:

carlos perrotti disse...

Abrazar el infinito, es lo que hace el Poeta...
Abrazo hasta vos. Me encantó.