sôfregas —
como dois morangos que ficaram por apanhar.
Embaciaram-se os vidros do carro,
o sinal teimou em não se esverdear,
a criança chorou no banco de trás,
como um telemóvel a tocar durante uma reunião importante.
E ao escrever isto, tive a impressão de ser moderno —
o que é, afinal, uma pretensão antiga demais.
Mas como saber o que sou?
Só os vindouros sabem quem fomos.
Por ora, transigente como uma alga feita à maré,
ao sabor dos telejornais ou das coisas ínfimas,
interiores como temores.
1 comentário:
Cierto, no podemos saber quienes somos porque vamos siendo en todo momento. Nadie es efectivamente porque todos vamos siendo.
Lúcido también nostálgico poema. Inspirador además.
Abrazo hasta vos.
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