Tudo lá atrás, outra e outra vez.
E eu aqui indeciso,
sem saber se a beijei ou não,
ou mesmo se ela terá existido,
como existiu
a doce Muriel de Ruy Belo.
[Mas como poderia eu tê-la beijado,
se ela era loura e virgem e não tinha lábios sequer?]
Pela frente, esta incerteza
quase cósmica,
a cor do céu magenta,
o som espremido que o gato
solta ao espreguiçar-se.
Há cada vez mais momentos assim,
em que o prazer partiu
na garupa de uma égua veloz.
E o que fica é o nó na garganta,
que em vez de se desfazer, engrossa
como um dragão saindo da casca.
2 comentários:
Qué bien expresas esa sensación de vacío q se siente cuando ese momento intenso y apasionado termina y se siente en el pasado , como q nunca existió.... Y qué imagen tan bella..." El placer se fue a lomos de una yegua veloz " ...Enhorabuena! un placer leerte! y no se ha ido a lomos de ningún animal, conste : )
Boa leitura, Maria. Como é bom quando alguém traduz de forma consistente os meus poemas. É como estarmos com sede, abrirmos a torneira e sair água fresca e viva.
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