Talvez conseguisses fugir
à polpa agreste dos dentes dela,
sem recorrer à fuga maníaca, ao empréstimo
clássico das horas que estão entre ti
e todos os outros que viram depois.
Talvez conseguisses,
se tivesses ainda aquela réstia de força
que permite ao barco furar a onda.
Essa mesmo que primeiro contempla
e submerge depois.
Mas todas as hipóteses abandonaram-te
(ou nem sequer te lembraste delas),
e assim mesmo meio despido ainda te entregaste,
como uma nêspera aparentemente convencida,
levemente iluminada, à espera que o melro lhe dê a bicada.
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