Eternidade
é o nome do melro
que à minha frente salta.
Eterno,
porque para mim todos os melros
são iguais.
Logo, os que saltam à minha frente
são sempre o mesmo.
Disso não há dúvida.
Viverão e saltarão sempre
que homens como eu
passarem por esta rua emoldurada
por renques de árvores, marchando
na direção oposta ao meu destino.
E o meu destino é este:
perseguir melros que são palavras.
2 comentários:
Suena tan bien en portugués como en español. Prueba de que tu poema está impecablemente construido.
Abrazo hasta bos,amigo.
(Recuerda el 7 de junio estarás en mi Gaterío)
Amigo, que belo poema!
O poeta explica a razão pela qual o melro é eterno: a percepção de que todos os melros são iguais aos olhos dele. Esse senso de repetição cria a ilusão de eternidade, em que cada melro visto é percebido como sendo o mesmo, um único símbolo que persiste ao longo do tempo. Será assim com o homem? Beijos
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