16/05/2024

O elogio do indíviduo

 Estou sozinho contra todos para o bem de todos, poderia ter escrito Miguel Torga.

Ibsen fez o seu protagonista afirmar no final da peça"O inimigo do povo": o homem mais sozinho do mundo é o mais forte. 

Quando assisti a essa peça, fiquei atónito com a dramatização da racionalidade contra a loucura do mundo, contra as conveniências pessoais que se juntam para produzir uma falsa moralidade.

É esse o âmbito do herói trágico clássico, Prometeu: estabelecer uma aliança entre a sua visão profética e a de quem assiste ou lê as peripécias da sua rebeldia.

Inspirado ou anestesiado pela peça do norueguês — que vira na noite anterior — terei dito, na manhã seguinte, exatamente o que pensava numa reunião de direção. 

Foi esse o momento trágico da libertação do herói.

A partir dali, a derrocada, o exílio, a dor que todos precisamos para nos sentirmos naturais.

2 comentários:

carlos perrotti disse...

En él está la llama que nada ni nadie jamás apaga...
Bien dicho, amigo.
Abrazo hasta vos.

carlos perrotti disse...

Traduzco lo que Blogger dice de mi comentario.
Él individuo es la llama (de fuego sagrado) que nada ni nadie jamás apagará...
Muchas gracias Blogger