este vício de escrever versos com espuma da barba,
mas quem me iluminaria os passos noturnos
a caminho do lavatório?
Quem me sondaria os abismos pincelados no rosto
senão aquele espelho refletindo o escafandro vestido
por cima do pijama?
De lâmina na mão, arrependo-me da preguiça da barba,
retornando assim, em dia de cinzas, ao caminho imberbe,
ao caminho entre Sodoma e Gomorra,
esse que fazia muito antes da invenção do pecado.
1 comentário:
Descobri e gostei do que li.
Interessante reflexão introspectiva sobre a banalidade e a necessidade de rituais quotidianos, onde o acto de se barbear se torna uma metáfora para a busca de ordem e significado na vida.
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