A minha boca é escura,
buraco negro
que afinal não teve culpa.
E se todo o dia corro,
talvez não seja por medo do castigo,
mas só porque procuro um socorro,
um abrigo, um amigo.
Não me perguntes, irmão, porque o faço:
Já devia saber que esta queda livre
não tem perigo.
É tão certo como a vitória de Deus.
Cairei assim na charneca seca,
no deserto,
ansioso porém
de me reflorir outra vez.
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