Tinha medo de morrer
e de viver.
Acordava morno.
Bebia sempre leite com café pela manhã.
E quando as aves partiam para sul,
recolhia aos aposentos.
Sentado nas memórias,
ligava a TV
para ver os vivos e os outros.
Quando as aves regressavam,
acendia o fogareiro.
Depois chamava Neptuno e as Bacantes
e oferecia-lhes a imolação da prata
que havia nas escamas das sardinhas.
2 comentários:
Muito bom. Muito mesmo. Sofri para fazer poemas com aves no último livro. Parece natural para você.
É verdade. As aves estão sempre presentes no que escrevo, mas também na minha casa, nos meus passeios, nos meus interesses.
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