Recorrentemente, regresso a García Lorca, à Andalucía, a um som de guitarra e flamenco. Fico toldado pela sua leveza e liberdade e não consigo impedir que a sua poética se entranhe. Sus gacelas, poemas de amor com uma estrutura de origem árabes, são muito bonitas, quase cantabilis. Assim escrevo eu como se fosse Lorca:
Tudo é derradeiro
Não há último, nem primeiro
Tudo é frágil e suspeito
E homem nenhum suspenderá
O vento que embala as árvores
E as faz cantar como loucas
Nem a chuva que me traz à boca
Os novos rebentos do teu semblante
Recortado numa língua de água e fogo
De quem são estes campos de centeio ?
De quem são estes peitos de rola e giz ?
Ai, Ai, Ai, Ai...se o quis, porque o não fiz
Ai, Ai, Ai, Ai...se o cantei, porque o não disse
Bastavam palavras,
1 comentário:
muito bonito.
Também partilho do encantamento pela Andaluzia e pelo Lorca.
Viva!
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