22/07/2019

Ler

Leio, ó que prazer, como se vivesse vidas infinitas ou uma infinita vida. Leio como se a própria vida fosse água a correr entre as pedras, peripécias calcárias de personagens insustentáveis ao sol de julho.

O tempo abranda sempre que o livro se abre e prepara o voo. Coloco os óculos de mergulho e, agitando as pálpebras, percorro as palavras-corais. Logo a realidade foge como um cardume assustado pelo rumor crescente da fantasia.

Humildemente, peço tudo. Ambicioso, não peço mais que nada. Nada mais que a mentira verídica.

1 comentário:

Paris Toujours disse...

Adorei este texto.
Ler são momentos de felicidade, é tão bom.