10/04/2012

Beira Interior

                                                                                         Ao Joaquim Cardoso Dias

O tempo parou. As pedras descansam. E os pardais treinam  retórica sabe-se lá porquê...

As ovelhas e os poços refletem o pedido tímido da primavera e, por agora, recusado.

Mas, junto à devesa das oliveiras, avança a fibra ótica, imaginem!
Ó século XXI, onde os exércitos marcham dentro de fios, para impor a Pax Romana.

Estribilhos de melros enquadram  a canção de uma betoneira.

Agora o tempo volta avançar, em círculos, numa tontura mecânica.

Quando a betoneira pára de vez, a realidade esfarela-se. E as hercúleas formigas  constroem, com essas migalhas, um novo império interior. 

1 comentário:

Paris Toujours disse...

Gostei mesmo muito. o primeiro paragrafo sei lá porquê.