Vejo-os passar lá fora: um grupo de alunos negros segue o professor.
Ele vem equipado, traz uma bola amarela na mão e faz girá-la na palma direita, de modo descontraído.
Os alunos seguem-no a uma distância respeitosa — ou talvez indecisa, sem saberem a que realidade pertencem.
Alongam-se por uma estrada de pouco trânsito.
A paisagem suburbana olha-os, gulosa.
Se dissesse que caminham na selva, seria excessivo.
Mas um dos desafios da selva é o perigo iminente — o silêncio em demasia que nos faz perguntar o que calou os pássaros.
Retomemos.
Não sei para onde vão, nem quanto tempo demoram a chegar ao seu destino.
Terão acabado de chegar às “praias” da Europa,
ou olham, como se fosse a primeira vez, o lugar banal da sua infância?
Vão guiados pelo professor: parecem acreditar.
Não sabem exatamente em quê — mas o verbo adequa-se à situação.
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