01/07/2025

À la Mário de Sá-Carneiro

Confesso-me esponjoso. Ontem ouvi alguém declamar muito bem dois poemas de M. Sá-Carneiro. 

Os poemas afetaram-me de tal forma que hoje de manhã, escrevi este ao jeito dele (parece-me...)


Há qualquer coisa de febril no ar

serpenteando rápido nesta manhã repetida,

como o comboio das oito e dezassete.


Ah, fosse eu um burguês da Guarda,

com criada, jardim

e uma sala de espera para as visitas e os primos.

Essa, sim, seria outra sorte:

sorte com asas,

um querubim doido a vasculhar, entre os antiquários,

um serviço de chá trazido das Índias

no penúltimo dia do Império


1 comentário:

Menta disse...

No se y debo decirlo,tu poesia es envolvente,sentida,provoca sentir sus sensaciones.Un gran abrazo!