11/12/2024

Olho documental (1994)

Já não participo na vida, 
nem na morte.

Vivo apenas dentro dos olhos
e, num só palmo dessa terra,
colho todos os gestos
e o extravio lento dos seus cheiros.

Como se as coisas fossem,
eternamente,
a própria extensão dos meus dedos.

1 comentário:

Graça Pires disse...

As coisas são eternamente a própria extensão dos teus dedos. Por isso escreves. Gosto de pensar que vives num palmo de terra e que os teus olhos são da cor de tudo o que vês. Belíssimo!
Uma boa semana.
Um beijo.