Às vezes tenho de escrever um poema. É como beber um café. Preciso de ir para outro lugar, preciso de um momento de transe — não à medida de Santa Teresa ou daqueles dervixes rodopiantes que giram sem fim, tontura ou cansaço — mas sim à minha medida: doméstico, simpático, portável num moleskine de capa preta.
O que me impele a escrevê-lo é uma pergunta.
E a pergunta é sempre a mesma: o que me espera? O que varia com a idade é a magnitude do que se espera: o almoço, o fim de semana, as férias ou apenas o fim delas.
O maior problema é quando começamos a sentir que já não nos espera grande coisa: um sofá, um gato, uma rotina que nos faz girar como o tal dervixe turco, mas agora a caminho do firmamento . Para no final, alguns amigos, alguns familiares postarem nas redes sociais que há mais uma estrelinha no céu.
O maior problema é quando começamos a sentir que já não nos espera grande coisa: um sofá, um gato, uma rotina que nos faz girar como o tal dervixe turco, mas agora a caminho do firmamento . Para no final, alguns amigos, alguns familiares postarem nas redes sociais que há mais uma estrelinha no céu.
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