Vou lendo os poetas que morrem. Não sei se se trata de uma homenagem inconsciente, de precoce saudade ou do inevitável remorso dos não ter lido em vida.
E se alguns deles não terei perdido grande coisa, de outros fico com a sensação que os deveria ter lido mais cedo, podendo mesmo ter-lhes dado os "Bons dias" se com eles me cruzasse numa rua em Lisboa.
Existe uma literatura indicada para cada idade, para cada estado de espírito: os "Sete" de Enid Blyton, para quando em pequenos sonhamos viver aventuras e resolver mistérios com os nossos imberbes amigos; o "Tarzan dos macacos" do Edgar Rice Burroughs, para quando nos descobrimos afinal sós e despidos na selva entre outras espécies que são afinal todas iguais e a mesma que a nossa.
Depois, fazemos hiperbólicas leituras que ora nos arremessam à estratosfera, ora nos atiram até à escuridão do centro da Terra, onde uma qualquer Eurídice tenha ali ficado à espera de ser resgatada numa tarde de meteorologia instável e pouco promissora.
Neste momento, leio os poemas do Nuno Júdice(1949-2024), como se caminhasse numa manhã fácil por uma avenida cheia de gente com destino e agenda marcada, onde as pastelarias limpas e bem recheadas se intervalam de 50 em 50 metros. E não consigo explicar a impressão que me fica dos seus poemas melhor do que isto.
Até sempre, professor.
2 comentários:
Querido amigo me gusto tu post, voy a buscar obras de Nuno Júdice para conocerlo, gracias por compartir.
Cariños y besos, que tengas un maravilloso día
Querido amigo, bello homenaje a la Poesía, recordando a Poetas que ya no están con nosotros, dejando un legado precioso.
Cariños y besos, que tengas un lindo día.
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