Imagens que passais pela retina
Som vago de memória sem cor
Que a voz do ópio me ensina
Na lânguida fuga ainda indolor
Em que ilusões a viagem termina?
Na pálida foz, já escuto o clamor
Das praias onde minh'alma se fina
como um verme a sumir-se sem rumor
Nos primeiros passos da última curva
Onde o derradeiro semblante se turva
Na imagem da terra ainda a sofrer
Abro as portas brandas da vida futura
E sem pressentir a negra frescura
Fecho os olhos agoniados de ver
Sem comentários:
Enviar um comentário