In memoriam Luiz Pacheco
Deixem entrar as moscas.
Abram as portas
para os vermes rastejarem
defronte da Smart TV.
Deixem as canas crescerem
por detrás dos biombos chineses.
E que os fungos, ó senhorios,
vos pintem os recantos das paredes.
E que todos os pelos do corpo
se alonguem até à exaustão.
E que as barbas rastejem pelo chão
marcando um rastro de serpente
sobre o pó lamacento do hall.
Deixem cair o telhado
e vejam as estrelas.
Entrelacem os membros
Deixem entrar as moscas.
Abram as portas
para os vermes rastejarem
defronte da Smart TV.
Deixem as canas crescerem
por detrás dos biombos chineses.
E que os fungos, ó senhorios,
vos pintem os recantos das paredes.
E que todos os pelos do corpo
se alonguem até à exaustão.
E que as barbas rastejem pelo chão
marcando um rastro de serpente
sobre o pó lamacento do hall.
Deixem cair o telhado
e vejam as estrelas.
Entrelacem os membros
dentro da cama húmida
num puzzle de suor e germes
que também são vida, caramba!
E quando os javalis e as estevas
partilharem a cozinha
e os gamos e os cavalos raparem
os últimos vestígios do jardim,
num puzzle de suor e germes
que também são vida, caramba!
E quando os javalis e as estevas
partilharem a cozinha
e os gamos e os cavalos raparem
os últimos vestígios do jardim,
estás livre.
Nasce outra vez.
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