01/10/2019

O convite

E se tudo não servisse para nada ? E se as manhãs fossem apenas manhãs sem qualquer desígnio por mais ínfimo que ele fosse ? Talvez não queiramos aceitar o vácuo que representa a nossa existência.
Não! Nada disto é verdade.
Tudo o que fizemos serviu um desígnio superior:  os filhos, os beijos, as balas, as caminhadas ao fim da tarde ou logo pela manhã entre o frenesim esfomeado das aves.
Não sei então porque ficamos ansiosos quanto ao sentido das manhãs? Talvez tivéssemos recebido um convite e não o tenhamos aceite completamente. Como aquele que Jesus endereça ao jovem rico para o seguir e que este não aceita, preferindo ficar na segurança das suas riquezas e das suas posses. Talvez, seja a melancolia desse convite não aceite que se vai repetindo diariamente que nos deixa assim - de alma vazia.

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