De onde vem, dizeis, esta tristeza estrangeira,
Imparável mar entrando pela rocha negra e nua
- Quando o coração já fez a vindima inteira
Viver é um mal, um tesouro guardado na rua,
Uma dor muito simples e afinal sem segredos, Como a vossa alegria, que nos guia tão sábios.
Pare de indagar, ó infinda buscadora de enredos,
E, apesar da sua voz bela, feche os seus lábios.
Cale-se, incauta! Alma sempre extasiada!
Sorriso vil, insurreto! Mais do que a vida,
A morte nos seduz com a sua voz adocicada.
Deixe o meu coração se inebriar em patranhas,
Afundar-se nos seus olhos, com ‘alma perdida
E adormecer eternamente sob as suas pestanas.
«D'où vous vient, disiez-vous, cette tristesse étrange,
Montant comme la mer sur le roc noir et nu?»
— Quand notre coeur a fait une fois sa vendange
Vivre est un mal. C'est un secret de tous connu,
Une douleur très simple et non mystérieuse
Et, comme votre joie, éclatante pour tous.
Cessez donc de chercher, ô belle curieuse!
Et, bien que votre voix soit douce, taisez-vous!
Taisez-vous, ignorante! âme toujours ravie!
Bouche au rire enfantin! Plus encor que la Vie,
La Mort nous tient souvent par des liens subtils.
Laissez, laissez mon coeur s'enivrer d'un mensonge,
Plonger dans vos beaux yeux comme dans un beau songe
2 comentários:
É giro, os nossos blogs entraram em diálogo!
Pois entraram. Que fofos.
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