Je ne suis pas un autre,
eu sou o outro,
o que me atira sorridentes beijos
a caminho da aldeia,
o que apenas sobrevivendo
partilha comigo o último pão,
o que preso no seu circo de feras
gasta um gesto verdadeiramente livre
para me cozinhar um cuz cuz.
Je ne suis pas un autre,
eu sou o outro,
o que caminha a meu lado
serenamente,
o que me estende o seu único braço,
o que por mim ora e me faz orar,
o que me faz ter saudades
do inferno, da pestilência invita
que carreguei rente à pele,
e da pureza que descobri dentro dela.
Je ne suis pas un autre,
eu sou o sorriso do Hassan.
Pedro e Hassan (caseiro de uma propriedade rural) na província de Doukala.
1 comentário:
Gosto do Hassan, do seu sorriso.
Que belo poema.
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