Ontem durante uma reunião preparativa de uma eleição dos novos órgãos sociais
de uma associação cultural, alguém frisou que aquela organização era um espaço
de sofrimento. No início, a ideia arrepiou-me. Depois maturei-a melhor e conclui
que foi a coisa mais importante que foi ali dita. Qualquer compromisso que
tenha como base o amor é um espaço de sofrimento – a vida no seu sentido mais
lato também o é. E se não o aceitarmos, será mais doloroso ou andaremos de “porto
em porto” à procura de um jardim de delícias que terá sempre, aqui e além, um
travo amargo. Aceitar essa dose de sofrimento é crescer e compreender também a
dor do outro, do nosso irmão se assim lhe quisermos chamar. Diria que o nosso
sofrimento é a semente para a compaixão pelo outro.
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