Nani era um rapaz pobre. Vivia nos bairros mais
pobres da Amadora: Santa Filomena e 6 de Maio. Foi jogar para o Real de Massamá e
ia pé todos os dias para os treinos. O seu dom chamou atenção do Sporting Clube
Portugal e ao longo dos anos foi crescendo como futebolista. Os contratos
melhoraram até chegar ao Manchester United, onde fez dois contratos que
resolveram ad aeternum os seus problemas financeiros. Nani parece ser um jovem
equilibrado que estuda música e tem uma vida normal para um futebolista de
elite.
Tudo isto é a história vulgar de um futebolista em ascensão: Sucesso, fama
e riqueza. Contudo, no passado fim de semana, ao marcar um golo antológico fora
da área, festejou com lágrimas de tristeza e raiva. Eu perguntei-me porquê? O
que lhe falta, que terá levado aquele desespero contido ? Que lágrimas eram aquelas?
Acho que eram as dele, as minhas e as tuas
que lês este texto. E também a prova que a matéria não satisfaz nem preenche o homem
por completo. Quase arriscaria a dizer, quase nada. O Nani precisa de compaixão
e compreensão. Foi excluído, este ano, do Manchester
United que o emprestou ao Sporting. Entrou bem na época de 2014-2015 ao serviço dos "Leões".
Porém uma lesão e alguns jogos menos bons, levou a que o público, sempre pronto
a julgar e a criticar, às vezes com uma boa dose de injustiça, duvidasse das suas qualidades ou tentando "picá-lo" como se faz aos cavalos de corrida. Nani tem ou pode
ter tudo o que provavelmente um simples cidadão português gostaria de possuir.
Contudo, faltou-lhe às vezes o amor dos outros, como tu ou como eu e só por isso
chora.
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