Inside Llewyn Davis (A propósito de Llewyn Davis) é um
manifesto do direito à ilusão. Numa história circular, onde a metáfora de
Ulisses regressado a Ítaca transporta-se para o homónimo gato e para o próprio
Llewyn, demonstra que o talento (Inside) e a personalidade de um homem
determina o seu destino independentemente do seu sucesso. Llewyn acaba por
aceitar o seu fado, a sua cidade (Nova Iorque) e a relação áspera com aqueles
que o rodeiam e que o acham, cada um há sua maneira, um falhado especial. O gato que acompanha a história é um alter ego do músico, conotando a personagem com a eterna mística dos gatos: Orgulhosos, independentes, mas demasiados frágeis para se imporem. Digamos que à semelhança dos domésticos felinos, Llewyn também é apenas tolerado, como um animal de estimação, por todos aqueles que lhe querem algum bem.Deixam-no inclusivamente dormir no sofá, como aliás também se faz aos gatos caseiros.
A
música Folk é o pano de fundo. A seleção da banda sonora e a forma natural como
as musicas vão acontecendo, ora como um canto órfico de Llewlyn, ora
apresentadas com o travo de humor amargo e vulgar, é simplesmente genial. Só por ela, vale a pena assistir a esta fita.
Inside Llewyn Davis é um filme (levemenete) hollywoodiano dentro do
espetro independente dos Cohen, como narrativa que nos deixa a sonhar e com
vontade de aprender a tocar violão para pedir esmola na estação do Marquês. Tudo
o que este filme apresenta é irrepreensível: Atores, banda sonora, argumento,
fotografia, realização.
Só posso dizer outra vez: Obrigado, irmãos Cohen.
Sem comentários:
Enviar um comentário