13/12/2007

Natal e não Dezembro

Entremos, apressados, friorentos, numa gruta, no bojo de um navio,num presépio, num prédio, num presídio,no prédio que amanhã for demolido...Entremos, inseguros, mas entremos.

Entremos e depressa, em qualquer sítio,porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,duzentos mil, doze milhões de nada.Procuremos o rasto de uma casa,a cave, a gruta, o sulco de uma nave...Entremos, despojados, mas entremos.

De mãos dadas talvez o fogo nasça,talvez seja Natal e não Dezembro,talvez universal a consoada.

David Mourão-Ferreira

1 comentário:

Anónimo disse...

... que seja NATAL e nao Dezembro!
Um pouco mais de Alegria, um pouco mais de Paz, um pouco mais de LUZ!