05/11/2016

A culpa do ócio



Depois de um imposto lançado pelo Papa Júlio II, em 1510, para a construção da Basílica d,e São Pedro, alguns príncipes alemães revoltam-se. Encontram em Martinho Lutero, um argumento ideológico e iniciam um movimento de separação da Igreja Papal.

Mais a Norte, Suiça, Holanda e em parte da Inglaterra, outro movimento ganha corpo. Liderado, a partir de Genebra, por João Calvino, este movimento religioso defende a ideia da predestinação, onde a salvação está destinada à nascença e toda a riqueza é vista como um sinal da predestinação divina. Está lançada a ideologia, que permitirá a coexistência da riqueza e da salvação  divina. Ao contrário disto, os católicos advogam que a salvação atinge-se através dos atos praticados em vida. Mas as lutas políticas escoradas pela religião, continuam na Europa. Entre vários palcos, a Inglaterra  é onde esta luta ganha mais relevância e interesse histórico. A rainha Isabel I, envolvida numa guerra contra os católicos espanhóis, sai vitoriosa. Manda decapitar, Maria Stuart, princesa escocesa católica e pretendente ao trono inglês. Depois de o falecimento de Isabel I, sucede-lhe o filho de Maria Stuart, entretanto convertido ao Anglicanismo, Jaime I. Mais tarde, a coroa chega a Carlos I, filho de Jaime I, e que defende a aproximação do culto anglicano ao católico.

Os calvinistas, agora apelidados de puritanos, são perseguidos e partem em grande quantidade, 250.000 pessoas, para o novo mundo. A génese filosófica dos Estados Unidos está criada.

 A condenação do ócio e a sacralização do trabalho, a par de a perspetiva de que a riqueza e a pobreza são, respetivamente,  uma graça ou uma condenação de Deus, ainda hoje marcam a sociedade ocidental.  A par de outros sentimentos de culpa que fomos adquirindo ao longo dos tempos, oriundos de uma consciência religiosa alimentada desde tempos remotos, o sentimento de culpa relativa ao ócio é uma das últimas aquisições da consciência ocidental cristã.

Schwanitz, Dietrich - "Cultura da Idade Moderna à Idade Contemporânea" - Coleção Expresso

Wikipédia Inglesa - Artigo sobre "Carlos I de Inglaterra", "Puritanos" e "Peregrinos".

02/11/2016

Os hoplitas

Na Grécia Antiga (Período Clássico), os cidadãos para além da sua atividade económica, habitualmente ligada à agricultura ou comércio, cumpriam funções militares. Da sua própria bolsa, compravam as proteções ( Couraça, elmo e escudo) e as armas (Lança e espada). Estes soldados de infantaria chamados Hoplitas (nome dado ao escudo) formavam falanges. Estas eram formadas por fileiras de soldados que lutavam muito juntos entre si. Esta estratégia tornava-os pouco vulneráveis e promovia a  colaboração entre eles. A cooperação sobrepunha-se assim e de forma determinante ao individualismo. Os combates  eram muito formais e logo que uma das forças se rendia, os vencedores permitiam que estes recolhessem os feridos e os mortos em combate. Não agrediam populações civis.