Algumas escolhas foram difíceis, quase contrafeitas. Quem as não teve de fazer? Há quem as lamente a vida toda. Mais difíceis, são as que continuam por tomar. As possibilidades são a centelha, o vulcão incandescente da nossa angústia, da nossa ansiedade.
Escolher implica sempre vantagens e desvantagens. A maioria das vezes, decidimos não exclusivamente por nós próprios, mas imersos numa consciência mais plural, o ser-com-os-outros (M. Heideigger).
O Homem projeta-se e reflete-se nos outros. A sua matriz é gregária, sendo a sua consciência um projetar-se para fora dela mesmo. A autoconsciência não existe; o pensamento sobre o próprio pensamento não existe. Seria em tese algo contraditório que pudéssemos ter consciência sobre o inconsciente. Como poderíamos através d e uma compreensão superficial (a consciência) conhecer o que é profundo, quase inaudito e inefável como o inconsciente?
A consciência é sempre uma projeção, uma ação para o exterior. Por isso, quando decide está imersa nessa rede de relações, nesse caldo instantâneo que possui memória, expectativas mais ou menos fantasiosas, mas que será sempre um mundo a povoar de outros seres viventes.
1 comentário:
Filosófico e reflexivo o seu texto. Escolher não é fácil. E temos tantos caminhos à nossa frente. Ao lê-lo lembrei-me do conto da Sophia chamado "Viagem" em que a mulher e o homem vão escolhendo um caminho e quando querem voltar para trás, o caminho já não existe. Muito inquietante.
Na nossa relação com os outros, penso que é quando entramos entro de nós próprios que melhor conseguimos ver os outros porque encontramos aquilo que é comum a todos.
Tudo de bom para si. Uma boa semana.
Um beijo.
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