Ouve as côdeas secas da tua casa,
quando roçam as gengivas,
os passos das traças atrás do móvel da sala,
o ruído dos canos levando a água para o mar,
o silêncio suspenso do candeeiro sobre a cama.
Ouvir é um ato insuspeito —
mas insurreto —
no império quieto dos olhos.
2 comentários:
Plenos de haikus y tankas tus versos, amigo...
Envidiables, por cierto...
Ouve-se o que se quer e aquilo que não se quer. É por isso que ladeamos de argila as janelas de casa para que o ruído não abra uma ferida nas paredes brancas onde apenas suportamos o silêncio.
Desejo que esteja bem.
Um beijo.
Enviar um comentário