Destruíram a cozinha,
o resto do descanso que deixara
entre as migalhas de pão sobre a mesa.
O ataque começara há muito,
mas só agora
as bombas atingiram, sibilantes, a casa:
o frigorífico em fanicos,
os livros,
desfolhando-se como
limos
presos à rocha,
na mudança da maré.
Só a gata não tomou
partido moral.
Pata após pata,
cheira amiúde os destroços da louça,
à procura de uma harmonia inata.
A destruição era certa.
Só não sabíamos
se viria ao de leve...
ou assim —
arrebatadora.
Brandoa, 7 de Agosto de 2025
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