Há um desdém de pedras que não chega,
uma desapiedada natureza que se carrega de negro,
como uma nuvem em abril que tarda
em descarregar sobre nós a chuva de sapos.
A espera aflige-nos,
como dois pulmões teimando
entre si qual deles deve respirar.
E a ordem de execução tarda em demasia,
mesmo que no patíbulo
— nus e encardidos —
diante da curiosidade de quem passa,
nos contorçamos de esperança.
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| "O ultimo sono do condenado (estudo)" de Mihály Munkácsy |

Uma inquietante prosa poética.
ResponderEliminarAbraço amigo.
Juvenal Nunes
Ah essa esperança que tarda ...
ResponderEliminarFoi com muito interesse que visitei o seu blog onde, por isso mesmo, espero poder voltar mais vezes.
ResponderEliminarA quadra que prometeu escrever para a Homenagem aos Santos Populares é que se mantém oculta.
Fico a aguardar.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
A espera, sempre que somos condenados, ainda que a penas bem leves, é sempre angustiante. Mas não imagino o que seja a espera da execução e se há mesmo ainda alguma esperança nesses momentos.
ResponderEliminarUm poema de inquietação e excelente. Os meus aplausos.
Continuação de boa semana, caro amigo Luís.
Um abraço.