26/06/2023

Das perguntas que fazemos




Há nos teus olhos

insossegos e cansaços,

fios de mel que vieram arrastados,

de um pote que havia na infância.



Agora aguardamos instruções

na casa das máquinas

dum cargueiro vazio,

de partida para um país

sem reinícios aparentes.



Se aportaremos nele ou não,

é a pergunta que distraídos fazemos

ao oráculo insuficiente desta ânsia.



Rewald, Sabine (2011, fragmento)


7 comentários:

Graça Pires disse...

Questionamo-nos. Deixamo-nos habitar por uma imensa inquietude, permitindo que a osmose da luz e das trevas nos cerque o olhar. À espera de um reinício recordamos a infância e aguardamos ansiosos aquela respiração com que procuramos um chão para celebrar cada instante.
Um poema que me fez pensar, meu Amigo Luís.
Tudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.

Emília Simões disse...

Boa tarde Luís,
Magnífico poema muito reflexivo.
As incertezas que os olhos acarretam desde a infância e se fazem presente, na ânsia de alcançar os sonhos almejados.
Beijinhos e boa semana.
Ailime

A Paixão da Isa disse...

um poema muito bonito bjs feliz semana saude

Carlos augusto pereyra martinez disse...

Hay preguntas que el tiempo hace más intensas. Un abrazo. Carlos

Luís Palma Gomes disse...

É verdade. Nada como o teste do tempo para ampliar ou extinguir os fenómenos, em geral, e as perguntas, em.particular.

Luís Palma Gomes disse...

Boa tarde, obrigado pela leitura e reflexão poética pertinente.

Luís Palma Gomes disse...

Muito obrigado, Graça, pela sua visita. A sua análise ajuda-me a entender até onde e de que forma ecoa o poema.