Aqui em nenhures, ouve-se o rouxinol exigindo a noite, enquanto o vento canta nas mais altas ramadas dos pinheiros. Ao longe, zurra o burro chamando o seu deus desconhecido. Tudo isto me encanta, tudo isto me é breve e longínquo como um deserto de areia e neve. Soube em tempos que a terra é redonda e gira como uma maçã na mão de quem pensa em trincá-la.
Agora esqueço tudo e caminho desamparado pelos regos que a chuva faz quando cai sem controlo nas tardes de novembro. Pergunto aos bichos que dia é hoje e só a aranha me revela o segredo da sua esperança: que uma mosca vesga entre pela sua teia, que feche a porta, que apague os restos de luz que a lua nova se esqueceu de levar consigo.
Agora esqueço tudo e caminho desamparado pelos regos que a chuva faz quando cai sem controlo nas tardes de novembro. Pergunto aos bichos que dia é hoje e só a aranha me revela o segredo da sua esperança: que uma mosca vesga entre pela sua teia, que feche a porta, que apague os restos de luz que a lua nova se esqueceu de levar consigo.