Na judiaria de Córdoba, visitei o museu judeu que me embrenhou na vida judaica medieval daquela cidade, onde viveram sábios como Maimónides (médico e filósofo judeu) e Averróis (juíz, médico e filósofo). Nesse museu, encontrei na sua loja, um fio com uma medalha cujo símbolo em hebraico significava "Vida". Esse símbolo representei-o no centro do triângulo (retina de um olho) do desenho.
O terceiro símbolo do desenho é um triângulo que enquadra um olho, ou seja, o "Olho da providência". Esta representação tão comum na decoração dos templos cristãos significa o olho de Deus que tudo vê.
Tentei neste desenho-estudo integrar vários símbolos que representassem essa miscigenação civilizacional que encontrei em Córdoba. Nesta cidade - à semelhança de tantas outras, onde existiu tolerância religiosa durante o domínio árabe (Séc. VII - XIV) - as três religiões abraâmicas coexistiram em paz. Este Deus sem nome ( referenciado como Javé no Antigo Testamento e que significa "Eu sou quem sou") é comum às três religiões, deixando-se entrever, no espaço cultural andaluz, por uma consciência sensível à história ibérica e aberta a um espaço ecuménico .