Ó poeta não te perguntas porque é que depois de escreveres uma dúzia de versos te surge na alma aquela impressão insolente de que fizeste uma grande obra ?
Tens mesmo a mania das grandezas ou terás, em vão, tentado falar com Deus ?
Terás conseguido falar com Ele ? Se Ele te tivesse escutado, não ficarias com esse sabor de superioridade e glória que te aflora aos lábios, julgo eu, neste meu juízo limitado pelo tempo, espaço e corpo.
Temo mesmo que não haja criação humana, mas apenas uma interpretação insuficiente ou uma arrumação temporária da obra de Deus.
Se calhar o universo inteiro não passa de um átomo de uma molécula de um pelo que cresceu na axila Dele esta madrugada.
Porque é Deus, ó poeta, que tudo escuta e cuida. É da sua natureza este cuidado tão intenso como extenso. Ele, sim, é o poeta que escreve, conhece e risca - piedosamente, creio eu - todos versos.
Tens mesmo a mania das grandezas ou terás, em vão, tentado falar com Deus ?
Terás conseguido falar com Ele ? Se Ele te tivesse escutado, não ficarias com esse sabor de superioridade e glória que te aflora aos lábios, julgo eu, neste meu juízo limitado pelo tempo, espaço e corpo.
Temo mesmo que não haja criação humana, mas apenas uma interpretação insuficiente ou uma arrumação temporária da obra de Deus.
Se calhar o universo inteiro não passa de um átomo de uma molécula de um pelo que cresceu na axila Dele esta madrugada.
Porque é Deus, ó poeta, que tudo escuta e cuida. É da sua natureza este cuidado tão intenso como extenso. Ele, sim, é o poeta que escreve, conhece e risca - piedosamente, creio eu - todos versos.