Deixas que arda
debaixo da pulsação dos astros,
as camadas geológicas da tua pele.
Junto do desfiladeiro,
tomas, como teu, o transe de um xamã
que recita de um mapa longínquo,
itinerários caminhados para os outros.
Retalhos são retalhos.
O teu poema apenas os semeia,
desperta e tolhe com a foice de uma noiva,
enquanto a primeira luminescência
se advinha
três polegadas antes da origem da luz.
Sim,
os teus poemas são retalhos
presos por fios de letras & giz.
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O poeta Miguel-Manso |
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"Tojo" de Miguel-Manso - Ed. Relógio D'Água |