Às vezes é preciso querer ter força. É preciso acreditar,
mesmo não acreditando. É preciso colocar a máscara, quando nos apetece apenas
que a pele do rosto respire.
Às vezes, é preciso saborear os pequenos prazeres, as
pequenas conversas, os minúsculos momentos que estamos verdadeiramente com os
outros (e rimos ou tagarelamos), os ínfimos raios de verdadeiro sol, as
palavras sussurradas das árvores e os seus afetos maternais. Há tanta
poesia por ai. Basta estar atento (ou talvez desatento. Que sorte, meu deus,
ser um “cabeça no ar”!).
Estamos sempre a escrever um rascunho dos dias futuros com a
tinta dos dias passados. E depois “passamos”. Nada valemos. Muito pouco. Apenas
sombras e máscaras e ruído. Somos uma frase sempre por
acabar - uma terrível inquietação.