Mesmo que no hall não se acenda
o candeeiro chinês que compramos na Almirante Reis,
ali, pequena India Town de um velho filme de cowboys
onde os telemóveis disparam mais depressa
do que as pistolas que o xerife leva aos jogos da taça.
Não temos o mesmo medo de morrer
que tínhamos quando éramos crianças.
Morrer, morrer é fácil.
O pior está antes de acreditar
que não vale mais a pena acreditar.
“Entra, vá, que nós vamos atrás.”
Como entrávamos nas casas abandonadas ao escuro
e ao cheiro ácido que pousava sobre os garfos,
sabe-se lá porquê esquecidos
em gavetas forradas com restos de papel autoadesivo.
Por isso, parece-me idiota perguntar,
se há ou não vida em Marte,
sabendo eu como ela rareia por aqui.
Vou entrar consigo, meu Amigo Luís. De certeza que vou encontrar coisas que nunca procurei e por isso não encontrei. Quero ser surpreendida, agora que quase nada me surpreende. Vou mesmo entrar consigo.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.